Os professores da rede municipal de ensino em Lauro de Freitas acabam de decretar uma paralisação de três dias, com indicativo para greve geral a partir da próxima segunda-feira (2). De acordo com o coordenador geral do sindicato, Valdir dos Santos, a manifestação é causada pela falta de proposta da prefeita Moema Gramacho.
“Ela (Moema) não quer cumprir com o reajuste determinado pelo governo federal, de 22%. Pior, ela quer retirar um direito adquirido dos professores à gratificação. Nós decidimos em assembleia nesta tarde paralisar por três dias. Marcamos outra plenária para a próxima sexta-feira (30). Se a prefeita não sinalizar, nós vamos decretar greve geral. Só depende dela”, explicou.
Os professores foram até a prefeitura em um ato de protesto. Moema Gramacho está em Brasília cumprindo agenda e não pode atendê-los. Contudo, através da assessoria de comunicação, enviou nota à imprensa lamentando a paralisação em “pleno processo de negociação”.
A Prefeitura de Lauro de Freitas lamenta que a Associação dos Professores convoque greve em pleno processo de negociação, com reunião agendada para a próxima quinta-feira, dia 29, e muito itens ainda em discussão. Ontem, numa rodada de negociação que começou às 15h e só terminou por volta das 23h, a prefeitura apresentou a proposta de pagar o piso do MEC, que é de R$ 1.451,00, mais 27%. Com este reajuste, o menor salário pago a um professor no município será de R$ 1.842,77. O professor de nível superior receberá valores acima de R$3 mil.
Nos últimos sete anos, os professores de Lauro de Freitas tiveram reajustes sempre acima da inflação. No acumulado de 2005 a 2011, os salários foram reajustados em 71,5% para uma inflação de 36,04%. Portanto, um ganho real de 35,46%.
Esse ganho só foi possível com investimento do tesouro municipal. Em 2011, por exemplo, além de aplicar 100% dos recursos do Fundeb, mais de R$54 milhões, no pagamento dos salários da Educação – quando a Lei estabelece a obrigação de aplicar até 60% - a prefeitura complementou com mais R$10,4 milhões, numa demonstração de valorização do professor e da Educação.
A prefeitura, que se antecipou no pagamento do piso do MEC e vem praticando índices superiores aos pagos pelas demais prefeituras da RMS, também se antecipou no cumprimento da Lei 11.738 em relação à jornada de 20 horas/aula ou 1.200 minutos semanais. Segundo a lei, o professor deve cumprir dois terços dessa jornada em sala de aula (800 minutos semanais) e o tempo restante em planejamento e pesquisa. Em Lauro de Freitas, a jornada da maioria dos professores em sala de aula é de 750 minutos semanais.
A administração municipal considera que tem valorizado o professor e demonstrado respeito e compromisso com a Educação, com os alunos e a sociedade, e conclama os professores a retornarem à sala de aula.
Fonte: Bocão News
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