15 de jan. de 2013

Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa


O governo brasileiro adiou por mais três anos o início da obrigatoriedade do uso do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. O acordo que visa padronizar as regras ortográficas foi assinado em 1990 com outros países da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP). Com o adiamento, as novas regras, que se tornariam obrigatórias daqui a quatro dias, só poderão ser cobradas a partir de 1º de janeiro de 2016. O novo prazo consta em decreto presidencial publicado no dia 28 de dezembro de 2012, no Diário Oficial da União.

No início do mês, o senador Cyro Miranda (PSDB-GO) já havia antecipado que o governo federal adiaria a entrada em vigor do acordo. Na ocasião, o senador, membro da Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado, disse acreditar que o ideal seria elaborar um outro acordo, com maior participação da sociedade, e que só passasse a valer a partir de 2018.

Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe assinaram o acordo ortográfico em 1990. Na época, o Timor-Leste, que hoje faz parte da CPLP, ainda não era uma nação independente. O país só aderiu ao acordo em 2004, após tornar-se independente.

Cada país deve ratificar o documento assinado e definir os prazos para a entrada em vigor do novo acordo.

Em Portugal, a reforma foi ratificada e promulgada em 2008 e as novas regras entraram em vigor em maio de 2009, com a previsão de se tornarem obrigatórias em seis anos a partir dessa data. No Brasil, o acordo foi ratificado em setembro de 2008 e as novas regras já estão em uso, embora em caráter não obrigatório, desde 1º de janeiro de 2009.

O acordo também já foi ratificado por Cabo Verde (2006), São Tomé e Príncipe (2006), Guiné-Bissau (2009) e Timor Leste (2009). Moçambique e Angola ainda não ratificaram o documento.



 VEJA ALGUMAS DICAS DA MUDANÇA:
1 - Trema
      Não se usa mais o trema em nenhuma palavra.
Antes: lingüiça, freqüente.
Agora: linguiça, frequente.

2 - Acentuação
     a) Some o acento nos ditongos abertos éi e ói das palavras paroxítonas (palavras que tem a penúltima sílaba mais forte).

Antes: idéia, geléia, jibóia, jóia, platéia.
Agora: ideia, geleia, jiboia, joia, plateia. 


     b) Não se usa acento em paroxítonas com i e u tônicos depois de um ditongo.
Antes: feiúra, bocaiúva.
Agora: feiura, bocaiuva.


     c) Some o acento circunflexo das palavras terminadas em êem e ôo(s).
Antes: abençôo, crêem, dôo, enjôo, lêem, vêem.
Agora:abençoo, creem, doo, enjoo, leem, veem.


     d) Não se usa mais o acento diferencial nos pares:
 pára/para, péla(s)/ pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s) e pêra/pera.

Antes: Ele pára o carro.
Agora: Ele para o carro.     
 
Antes: Ele foi ao pólo norte.
Agora: Ele foi ao polo norte.

Observações:

       Permanecem os acentos em:
Pôde/Pode.
Pôde é o passado do verbo Poder ( 3ª pessoa do singular – pretérito perfeito do indicativo).
Pode é o presente do verbo Poder (3ª pessoa do singular - presente do indicativo).

Pôr/Por. 
Pôr com acento é verbo.
Por sem acento é preposição.

Ter e Vir e derivados (manter, deter, intervir, etc.), que diferenciam singular do plural.
          Exemplos:
Ele tem dois carros / Eles têm dois carros.

Nas palavras forma/fôrma o uso do acento é facultativo.

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