Familiares das crianças mortas na escola Tasso da Silveira, em Realengo, zona norte do Rio, fizeram na tarde deste sábado um cortejo pelas ruas onde as vítimas moravam relembrando do massacre, que completa hoje um ano."A oração e o apoio é que tem nos motivado a caminhar. Vamos lembrar nossas crianças e pedir paz", disse Adriana Maria da Silveira, mãe de Luiza Paula, 14, morta no massacre.
Há um ano, 12 crianças morreram e outras 11 ficaram feridas após serem baleadas pelo ex-aluno Wellington Oliveira, 23, na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo. A maioria das vítimas eram meninas.
"Isso tudo aconteceu há um ano, mas é como se tivesse sido hoje. Agora, a gente está começando da estaca zero. É como se a gente tivesse reaprendendo a andar", disse Adriana Maria da Silveira Machado, 41, mãe da estudante Luiza Paula da Silveira Machado, 14, assassinada no massacre.
No muro da escola, havia fotos e mensagens para as 12 crianças mortas em sala de aula. O policial militar Márcio Alves, que matou Wellington antes que ele seguisse para outros andares da escola, acompanhou o cortejo.
"A lembrança não sai da minha cabeça um minuto sequer. Elas merecem essa homenagem por serem vítimas da violência da forma que foram. Temos que evitar que isso se repita", disse o PM.
Hoje pela manhã uma missa reuniu amigos e familiares da vítimas na capela do Cristo Redentor.
No domingo, muitos estudantes do colégio acompanharam a missa em homenagem às vítimas, na igreja Nossa Senhora de Fátima, em Realengo, às 9h30.. Emocionados, 15 parentes de vítimas passaram mal durante a cerimônia --três desmaiaram. A irmã e a avó de duas meninas assassinadas foram levadas por uma ambulância da prefeitura que ficou de prontidão no local para o Hospital Estadual Albert Schweitzer, no bairro.De acordo com os médicos de plantão, a idosa estava com a respiração ofegante e foi levada para o pronto-socorro por precaução. Já a jovem ficou desmaiada e precisou ser encaminhada para a unidade para ficar em observação.
"Muito traumatizante. Sinto muita falta da minha filha. Foi o meu pedacinho que se foi e nunca mais vai voltar. Mas também nunca vai sair do meu coração", disse emocionada, Maria José do Monte, 48, mãe de Larissa Martins, 13, morta no ataque.
Parentes das vítimas vestiam blusas com fotos e mensagens de crianças mortas na tragédia. Eles choraram muito e ao final da missa distribuíram 1.000 adornos de anjinhos de acrílico e 200 rosas. Dezenas de balões de gás brancos, simbolizando paz, foram liberados na porta da igreja."Eu fico muito feliz de estar aqui com a Thayane representando os 12 anjos. Fico triste que eles não estejam mais entre a gente, mas contente da minha filha ter sobrevivido a essa tragédia", afirmou Andréia Tavares Machado, 33, mãe de Thayane Tavares Monteiro, 14, que levou quatro tiros e ficou paraplégica.Na ocasião do ataque à Tasso da Silveira, todos os mortos tinham entre 12 e 14 anos. Depois de ser acionado por um dos estudantes feridos, o sargento da PM Marcio Alexandre Alves, 39, conseguiu impedir a continuação da chacina ao efetuar dois disparos contra o atirador Wellington Oliveira, que, em seguida, se matou com um tiro na cabeça.
http://www1.folha.uol.com.br 7 e 8/04/12
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